A prática de observação de bebês foi incluída por Esther Bick, em 1948, como parte do curso de formação na Clínica Tavistock, em Londres.
Ao longo do tempo, a observação de bebês foi sendo incorporada em diversas instituições de formação, inclusive no Brasil. Não sendo diferente, o ESIPP também aderiu a este método de observação, incluindo-o como parte integrante do estágio de psicologia clínica, fazendo uma adaptação da técnica, na qual a observação ocorre por um ano.
A técnica clássica da observação da relação mãe-bebê (ORMB) consiste em o observador fazer uma visita a casa da família com duração de uma hora e com frequência semanal no primeiro ano, e quinzenal no segundo. O observador deve estar atento ao desenvolvimento da relação entre a mãe, o bebê e o meio ambiente, observar aspectos inconscientes do comportamento e formas de comunicação entre o bebê e a família, assim como o próprio observador perceber os sentimentos despertados nele durante a observação. A forma como se aprende a tolerar e a observar como as mães cuidam de seus filhos e encontram suas próprias soluções, de acordo com Esther Bick, faz com que o observador perca suas ideias pré-concebidas sobre o melhor e o pior modo de lidar com o bebê, fazendo com que brote nele a noção da qualidade única de cada dupla mãe-bebê e a noção de que cada criança, mesmo muito pequena, tem um jeito próprio de desenvolver uma relação com a mãe. E é isto que torna essa atividade única e com muito rica de aprendizado para o terapeuta!
Autora: Júlia Pimentel, Membro Associado do ESIPP.
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