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VIVER – O BRAÇO SOCIAL DO ESIPP

O ESIPP tem muitas facetas. A mais conhecida é o Curso de Formação. Mas também o Serviço de Atendimento e os Estágios de Graduação fazem o nome da Instituição circular. E o VIVER? Braço social do ESIPP, tem a pretensão de levar nosso trabalho no formato de voluntariado a um público que – de outras formas – a Instituição não alcançaria.

E quem compõe o grupo do VIVER? Uma mescla de esippianos experientes – como membros patrimoniais e efetivos – aliados a membros associados que participam do Curso de Formação há mais ou menos tempo. Alguns fazem uma passagem rápida, outros permanecem por anos. Há aqueles que retornam depois de um tempo afastados. VIVER? Tem membros do ESIPP que nunca ouviram falar. Outros, sabem que existe, mas a proximidade para por aí.

arcado pela heterogeneidade – mas respaldado por muitas afinidades – cá estamos nós: o Grupo do VIVER. Escolhemos ser psicoterapeutas, escolhemos o ESIPP para nossa formação, escolhemos fazer parte de um serviço com as peculiaridades do VIVER, que nos possibilita participar de um trabalho voluntário, seja como psicoterapeuta, supervisor, coordenador de atividades administrativas ou de estudo. Integrando um dos núcleos de estudo, pesquisa e atendimento psicológico diferenciado – Núcleo de Pais, de Compulsão Alimentar, de Adolescentes, de Psicoterapia Breve, do Luto e da Diversidade Sexual – cada integrante foi construindo seu espaço dentro deste trabalho voltado à promoção da saúde mental dentro do enfoque psicanalítico.

E ainda que pensemos no VIVER como uma proposta única, vamos nos a ver com as particularidades de cada Núcleo e com os desafios inerentes a elas. Como desenvolver um olhar diferenciado, respeitoso e competente em relação aos sujeitos LGBT+? Como acompanhar os adolescentes na ampliação da capacidade de reflexão sobre si mesmos? Como compreender o sofrimento psíquico que encontra alívio pela via da compulsão alimentar? Como dar conta da dor do luto? Como ajudar a pensar as funções paterna e materna? Como atender em psicoterapia breve algo que se apresenta como tão complexo?

E mais: como manter nossa motivação – estudando, supervisionando e atendendo dentro de uma linha de trabalho que não objetiva o retorno financeiro imediato? Como lidar com as questões que permeiam o funcionamento grupal – seja em cada um dos Núcleos ou dentro do próprio VIVER? Como administrar o caráter aberto do nosso grupo, marcado pela circulação de membros ingressos, egressos e regressos? Por que pertencemos ao VIVER? O que nos seduziu nesta proposta? Podemos pensar em uma intersecção entre nosso trabalho como psicoterapeutas, assim como uma intersecção entre outras atividades de voluntariado.

As motivações do nosso fazer psicanalítico enquanto psicoterapeutas são inúmeras e independem do ganho financeiro que o acompanha. A gratificação em ser referência para alguém em um momento de fragilidade. Estar em uma posição de quem ajuda. Reproduzir nossos modelos de cuidado, retribuindo o que recebemos. Ou superá-los, porque assim foi possível. Poder reparar de alguma forma o que conduzimos de modo destrutivo lá atrás. Investir no outro, mas, principalmente, investir nesta parte humana e agradecida: que reconhece as coisas boas que o mundo ofereceu e oferece. Utilizar este instigante conhecimento psicanalítico para entender o que se passa, podendo colocar o paciente em um movimento de autonomia. Sublimação, reparação e gratificação narcísica são alguns dos conceitos que se oferecem para compreendermos nossas motivações.

E o voluntariado? O que nos motiva a participar de um trabalho oferecido gratuitamente à comunidade, alcançando um público que – nas outras modalidades da Instituição – não seria contemplado? Talvez possamos pensar que algo dentro de nós se apazigua quando é possível dar conta de nossas demandas – sejam sublimatórias, reparatórias, narcísicas ou de outra ordem – nos respaldando em outros elementos do setting que não os honorários. Entendendo que o dinheiro é, para Freud, o substituto das fezes e representante da riqueza que se pode produzir, a ideia é alargar essa representação, podendo entender que “enriquecemos” de outras formas, sendo o dinheiro apenas uma delas.

Reflexões como esta compõem o nosso fazer nesse trabalho de psicoterapeutas na atividade de voluntariado. E vamos seguir nos questionando sobre o que é nosso, o que é do nosso trabalho respaldado na psicanálise, o que é das pessoas que nos procuram, o que é da relação que com elas estabelecemos. No VIVER, ainda temos o privilégio de pensar e supervisionar em grupo, de nos apropriar da técnica da psicoterapia breve e de poder nos a ver com as particularidades de demandas mais específicas. E fica aqui o nosso convite para uma aproximação do trabalho do VIVER.

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